História pregressa de Carinhanha - BA (antes de 1709)

Contamos um pouco da história de Carinhanha, a partir do começo do século XVIII, mas e o que aconteceu antes? Este breve relato oficial busca resgatar parte desse período.

Após a invasão dos portugueses em terras antes nunca pisadas por homens brancos, isso em 22 de abril de 1500, no caso do Brasil, começaram efetivamente as ocupações dois anos mais tarde. O sistema de distribuição dessas terras, foi por um instrumento denominado Carta Régia.

Assim, o então Brasil foi dividido em doze Capitanias Hereditárias e um sem número de Sesmarias, que eram pedaços de terra de extensão indefinida, dentro das Capitanias, em que o sesmeiro deveria cumprir certas obrigações, como o envio de árvores de valor para a construção naval na metrópole.

De posse dessas Cartas Régias, duas famílias que se tornaram poderosas pela extensão de terras conquistadas e pelos currais de gado montados pelo interior, passaram a disputar com os índios confederados as terras do Vale do Rio São Francisco. (Como em todo o Brasil, nestas terras hoje carinhanhenses habitavam os nossos ancestrais: os índios.)
Foto: Manuel Nunes Viana (atribui-se)

A primeira família instalou o seu morgado no litoral baiano, formando a dinastia da Casa da Torre, dos Garcia d'Ávila. Mas a Casa da Torre, segundo Pedro Calmon, se distraiu e quando foi advertida, os Guedes de Brito já tinha montado oito curais de gado, no sertão da Bahia.

O morgado dos Guedes de Brito, conhecido por dinastia da Casa da Ponte, tornou-se tão poderoso que os Garcia d'Ávila preferiam uma convivência pacífica a um enfrentamento belicoso. As duas Casas (ou famílias) decidiram, então, repartir entre si a ocupação das terras do Sertão do São Francisco, considerando-se como os legítimos herdeiros dos despojos de uma guerra tida como justa.

A guerra travada no Vale do São Francisco contra os nativos teria sido uma guerra contra pagãos, os quais, infelizmente, eram considerados como bichos.

No século XVII, essas terras já integravam a Sesmaria do Itapicurú e Rio São Francisco, doadas em conjunto ao Mestre de Campos, Antônio Guedes de Brito e Bernardo Vieira Ravasco, por volta do mês do agosto de 1693.

Com Antonio Guedes de Brito, investido na patente de Mestre de Campos, coube desbravar o sertão do Vale do São Francisco. Segundo alguns historiadores, ele teria partido com duzentos homens rumo ao vale, mais teria sido morto, não completando a sua missão de "pacificar" o vale, combatendo índios e negros aquilombados.

Para o seu posto foi nomeado o General Mathias Cardoso de Almeida, o qual teria posto fim à desordem com um verdadeiro massacre de índios e negros.

Entretanto, antes de morrer, Antônio Guedes de Brito, teria constituído Manoel Nunes Viana como procurador de suas duas filhas: Isabel e Joana Guedes de Brito. Coube a Manoel Nunes Viana estender os domínios dos Guedes de Brito, do Morro do Chapéu à Sabarabuçu, hoje Sabará, em Minas Gerais.

O resto desta história de Carinhanha, até nossos dias, você confere em nosso blog Carinhanha Hoje. Ou seja, em 1709, foi fundada a vila de San Joze de Carunhenha, onde foi montado o seu quartel general.

Em 17 de novembro, Manoel Nunes Viana seguiu para a Capitania de São Vicente, onde lutou na Guerra dos Emboabas, retornando em 1712, seguindo a rota do ouro pelo Rio das Velhas, afluente do São Francisco. Finalmente, a Sesmaria de São José de Carinhanha foi doada ao sesmeiro Athanásio de Siqueira Brandão.

Edição com informações do IBGE.

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